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Coordenadora
da Assessoria de Comunicação:
Patrícia Favorito Dorfman / ASCON-UFPR
Equipe:
Lais Murakami, Marcia Luz, Silvia Okamura, Simone Meirelles,
Sônia Maria Loyola, Andressa Lewandowski (estagiária)
Rodrigoh Domingues Bueno (estagiário)
Fotografia: Marcio Scatrut
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DESTAQUE
- Curitiba 25/07/2003 |
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"Enquanto
formos capazes de abrir um livro, parar diante de uma
obra de arte, rir e chorar em frente a um palco, não separar
a arte da paz, não permitir à alma a tentação de ser pequena...
Nós venceremos!" *
Todos
os personagens desse Festival de cultura e paz aprenderam
e ensinaram uma importante lição: fazer da cultura uma
estratégia de sobrevivência do bem. A cultura é um valor
essencial para a sociedade. É um elemento aglutinador,
um verdadeiro cimento na construção da cidadania. E foi
na diversidade de espetáculos e de públicos que se descobriu
a riqueza do trabalho de cada um dos artistas, ministrantes
e participantes das equipes que viabilizaram esse momento.
"Aplaudir o talento, abrir as janelas do espírito,
e deixar entrar o sopro do novo, reconhecendo no ato da
criação e na emoção da descoberta o sentido de herdar
e legar a existência."
*
(trechos do texto Cultura e Paz,
criado pelo escritor e publicitário Evandro Barreto para
a abertura do 13º Festival de Inverno da UFPR)
Talvez
o tema cultura e paz não seja o principal elemento norteador
do próximo Festival, mas sempre estará implícito em todas
as ações relativas ao evento. E essas ações não devem
se restringir a uma única - e inesquecível - semana do
mês de julho, mas se desdobrar em resultados duradouros
junto às comunidades de Antonina e da UFPR. Desde a 12ª
edição, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura elegeu a
durabilidade do Festival de Inverno como prioridade. Afinal,
trata-se de um projeto de extensão, que deve transcender
o caráter de evento cultural. Desenvolver projetos de
extensão relativos ao Festival durante o ano todo não
é tarefa fácil, pois depende de inúmeros fatores, como
o engajamento dos setores e departamentos, a disponibilidade
de equipes de trabalho, verba, envolvimento e pesquisa,
entre outros. Também não se pode acreditar que o processo
deslanche de um momento para outro, mas os primeiros passos
já foram dados. Tanto a coordenação geral do Festival
quanto os departamentos e ministrantes estão envolvidos
com a idéia de dar continuidade às atividades que culminam
no evento. No ano passado, foi implantada a avaliação
do festival, coordenada pela antropóloga Dra. Sandra J.
Stoll e a pedagoga Denise Grein dos Santos, com o objetivo
de estudar o impacto do evento na população de Antonina
e indicar os caminhos a serem seguidos para aperfeiçoá-lo
enquanto projeto de extensão. Nesta 13a edição do Festival
nova pesquisa foi realizada, cujo texto sistematizado
e somado ao relatório da avaliação anterior servirão de
base para debater e desenhar os rumos desse projeto. A
partir daí, serão agendadas reuniões entre a Universidade,
a Prefeitura de Antonina, entidades e pessoas envolvidas
no trabalho.
O
13º Festival foi marcado pelo grande envolvimento entre
ministrantes, equipes de apoio e participantes, incluindo
os que residem em Antonina, e a produção das oficinas
trouxe resultados positivos. Um dos ministrantes da oficina
"Espaços do Não-Trabalho: Uma investigação do lazer em
Antonina sob a ótica do patrimônio Cultural", o antropólogo
e Dr. José Guilherme Cantor Magnani/USP, detecta a necessidade
de visitar constantemente Antonina para dar continuidade
à pesquisa acerca do espaço urbano, seus moradores e suas
práticas culturais; e criar vínculos de retorno mútuo.
"A cidade tem a escala ideal para oferecer condições à
pesquisa de vários setores da universidade, e a população
é muito receptiva a esse contato", explica. Por outro
lado, Magnani complementa que "pesquisa e extensão são
atividades que podem e devem caminhar juntas porque nessa
relação reside o propósito da Universidade eleger a cidade
de Antonina como um laboratório viável para suas atividades
e ações". Contudo, o pesquisador alerta: "a justificativa
para a UFPR permanecer trabalhando sobre essa região e
comunidade deve resultar em ganhos tanto para a comunidade
científica quanto para os residentes, deixando claro o
papel de cada sujeito". Ou seja, a Universidade jamais
deve substituir ou assumir as obrigações que o Estado
e a comunidade local devem por si realizar.
O
artista gráfico Gerson Guerra, que ministrou a oficina
Arte, Alegria e Cidadania, também manifesta o desejo de
dar seguimento ao trabalho iniciado no festival. A sua
oficina foi direcionada aos idosos, a grande maioria de
Antonina, e obteve resultados surpreendentes - tanto que
os próprios alunos solicitaram que o trabalho continuasse
após o encerramento do festival. Segundo o coordenador
de cultura da UFPR, Paulo Chiesa, Antonina já incorporou
o festival como um evento da cidade. Ele acredita na necessidade
de estabelecer um plano de pesquisa continuado, em conjunto
com várias áreas da universidade, e estabelecer a realização
de exercícios acadêmicos que resultem em benefícios para
a comunidade e aprendizado para os alunos da UFPR. "Existem
múltiplas possibilidades de desenvolver trabalhos interdisciplinares,
que aliem literatura e sociologia, história e antropologia,
veterinária e fotografia, só para citar alguns exemplos",
comenta Chiesa.
MAPA
DA OFICINA ESPAÇOS DO NÃO-TRABALHO
VALEU
A PENA
Depois de fazer é só mostrar! O programa de encerramento
começou cedinho, na manhã do sábado, dia 19, no Teatro
Municipal. As apresentações dos resultados das oficinas
iniciaram com as crianças, cantando, representando, tocando
e dançando, o produto de uma semana intensa de muito trabalho
nas várias oficinas infantis. O repertório abraçou de
tudo, desde teatro, à fabricação de sons, das oficinas
"Teatro com Crianças"; "O jovem descobre-se com a dança"
e "Folclore". Contagiando o púbico, a percussão foi
mostrada pela "Influência dos Ritmos Afrocaribenhos
na Música Popular Contemporânea", regida pelo sociólogo
e músico panamenho, Rogelio Reyter Vogel. Na continuidade,
as variações de ritmos da "Viola Caipira" e da
"Fábrica de Sons". Ainda no palco, a compreensão da
linguagem artística dos cabarés americanos e europeus,
além dos exercícios de interpretação praticados pelo narrador
na crônica "Romântica" de Nelson Rodrigues, resultado
das oficinas "O Cabaré enquanto Linguagem", ministrada
pelos atores Lucas Francisco Scalco e Anderson Antoniacomi
e "O Ator Narrador", ministrada pela atriz Nara
Keiserman.
Na
saída do teatro, o público foi recepcionado pela contagiante
animação das turmas de Street Dance. Mais de 100 jovens
e crianças, comandados pela professora Josiane Carvalho,
fizeram todo mundo balançar. Desde a manhã até à tarde,
uma grande exposição de artes plásticas na escola Rocha
Pombo, na Liga e na Estação Ferroviária de Antonina apresentaram
os resultados da criatividade de adultos e crianças.
.....
Com muita música! Milhares de pessoas lotaram a
rua em frente ao palco principal para se despedir
do Festival de Inverno ao som de Oswaldo Montenegro.
O show foi emocionante, e mesclou composições inéditas
com as músicas consagradas do compositor. A voz
poderosa de Montenegro encheu ouvidos e corações
e fez todo mundo cantar sucessos como Agonia, Condor,
Bandolins e Léo e Bia, entre outros. A poesia rimou
com nostalgia e alegria num espetáculo inesquecível.
Depois do show de Oswaldo, foi a vez da banda Denorex
80 fechar a noite com chave de ouro. O impagável
grupo, que está fazendo sucesso meteórico em Curitiba,
se apresentou no Banana Cabaré devidamente sintonizado
com o estilo brega dos anos 80 e fez o público dançar
e cantar sem parar músicas como Você Não Soube me
Amar, Menina Veneno, Amante Profissional, We Are
The Champion e Material Girl. Ninguém queria que
a farra acabasse: mesmo depois do fim do show, a
animação continuou pelas ruas de Antonina até o
dia raiar...
.....
Quem participou do "Roteiro Fantástico" tem muito
para contar do que viu e ouviu. São histórias de
fantasmas, vampiros, lobisomens, mula-sem-cabeça,
boi-tá-tá, dragões e sereias. Estes personagens
estiveram presentes no festival, lembrados pelas
lendas da região, ou pela literatura, como os vampiros,
por exemplo, "passageiros" dos navios estrangeiros
que atracavam no porto. Até o coreto da praça foi
visitado pela cigana Bartira, a mais linda mulher
da cidade. Sua companheira, uma égua branca de cabeça
preta, foi a única testemunha de sua trágica morte
no mar. Ressentido, o animal costuma passear pelas
ruas da cidade à procura de sua fiel amiga. Nestas
andanças, exibe apenas seu corpo negro, fato que
a tornou conhecida como a "pampa-sem-cabeça". A
Igreja de São Benedito, erguida pelos escravos negros,
também serve de túmulo para estes incansáveis trabalhadores.
E mais: um pescador infortunado contou como o canto
da sereia atraía os barcos para o fundo do mar na
Ponta da Pita; um lobisomem interrompeu a caravana
na estrada e o profeta Agnaldo apareceu no cemitério
para falar de seus milagres.
*Fonte:
Caranguejo, publicação do Festival de Inverno da
UFPR, nº 6, 19 de julho de 2003.
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ELE
NÃO TEM MEDO DE DESAFIOS |
A
palavra simpatia é a primeira coisa que vem na cabeça
de quem conhece Ranieri Gonzalez. Sua pessoa irradia
luz e sorrisos, e ninguém passa por ele sem receber
um cumprimento agradável. No palco, sua personalidade
se desvenda em talento e profundidade. Ao dar vida
a ninguém menos que Van Gogh, Ranieri revela uma
espantosa capacidade dramática, e faz a atmosfera
do teatro ficar quase sólida com a densidade das
emoções que transmite. O público se cala e pára
de respirar, atento a cada gesto, cada expressão,
a cada palavra proferida pelo ator. A peça Vermelho
Sangue Amarelo Surdo lotou o Teatro Municipal de
Antonina na apresentação realizada durante o Festival
de Inverno, infelizmente encenada uma única vez
e, por isso, transmitida ao público na rua através
de um telão. A outra sessão teve de ser cancelada
por problemas de saúde do ator, que enfrentou uma
pneumonia recentemente.
Vermelho
Sangue Amarelo Surdo revela, antes de mais nada,
um ator maduro e experiente, capaz de enfrentar
com maestria o desafio de encarnar o mito Van Gogh.
Com uma consistente carreira desenvolvida no teatro
e após ter estreado com sucesso na televisão, protagonizando
um personagem na novela Esperança, da Rede Globo,
Ranieri não se deslumbra com a fama. "A TV é capaz
de transformar as pessoas em um produto, e isso
assusta um pouco, mas ao mesmo tempo é muito bom",
diz o ator, que gosta de ser abordado, de tratar
bem o público, mas tem consciência da efemeridade
do sucesso. Ele diz estar aberto a novos trabalhos
na TV, mas enquanto não aparecem convites toca uma
série de projetos. Ranieri fará um personagem em
um filme de Jayme Monjardim, a ser rodado em setembro,
e está preparando mais uma peça teatral em parceria
com Rafael Camargo, inspirada na obra Alice no País
das Maravilhas, de Lewis Carrol.
Após
o fim da novela, o ator voltou a morar em Curitiba,
e comenta que a fama não facilitou o trabalho no
teatro. "Ficou mais difícil trabalhar, as pessoas
acham que só porque eu fiquei famoso vou cobrar
uma fortuna para atuar, e têm medo de me chamar",
reclama. "Quando um trabalho realmente interessa,
eu sou capaz de fazer até sem ganhar nada, mas é
claro que preciso sobreviver." Porém, ao invés de
se intimidar com as dificuldades do mercado, Ranieri
costuma superá-las com muita garra, e, desde sempre,
trabalha intensamente para alcançar seus objetivos.
Vive de ser ator, e conseguiu concretizar o espetáculo
Vermelho Sangue sem patrocínio. "Reuni uma equipe
competente, conseguimos alguns apoios de empresas
e o resultado está ai", diz. Sucesso absoluto de
público e crítica.
O
sábado à tarde é dia de descanso? Para a ministrante
Josiane Carvalho é dia de dançar na rua. As turmas
de Street Dance se reuniram e apresentaram o resultado
da oficina na frente do palco. As camisetas customizadas
traziam mensagens de paz e alegria e muita cor foi
misturada ao movimento das coreografias pop nacionais
e internacionais. As oficinas de Josiane já têm
história em Antonina, e há muitos festivais são
as mais procuradas pelas crianças por juntar o aprendizado
e a diversão.
ILUMINANDO
A NOITE
A
magia da luz encantou a noite de sexta. Os malabares
desenhavam com o fogo, criando formas surpreendentes
e mostrando o resultado obtido através da oficina
de Construção de Malabares. Swinges e Claves foram
usados em diferentes situações do Festival de Inverno,
como nas apresentações do Circo, Palco Principal
a acompanhando o Maracatu pelas ruas. Aliás essa
relação entre Antonina e malabares vem de longe.
As fotos dos antigos festivais sempre apresentam
grupos criando suas danças com as luzes do malabares.
SEXTA-FEIRA
QUENTE
A sexta-feira trouxe grandes momentos ao 13º. Festival.
Algumas oficinas tiveram seu encerramento com apresentações,
como a Ex-cola de Samba Unidos do Botão que, unindo-se
com as oficinas de Máscaras com Materiais Alternativos
e a Fábrica de Sons, organizaram um grandioso desfile
pelas ruas cidade, com direito à carrinhos alegóricos,
máscaras, fantasias e chapéus malucos, bateria e
passos ensaiados. À noite, mais surpresas: o Rock'n
Roll dos anos 50 e 60 agitou a todos que acompanhavam
o palco principal. O espírito revolucionário dos
fãs de James Dean foi muito bem recebido através
das músicas do Rockabilly & Rock'n'roll Classics.
O Banana Cabaré firma seu espaço intimista através
do som, performances e solos do pessoal da Sinfonética
Comunitária Flutuante.
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DESTAQUE
- Antonina 16/07/2003 |
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INVERNO
COLORIDO
Durante a semana do Festival de Inverno passam pela cidade
de Antonina cerca de 60 mil pessoas, a grande maioria
estudantes universitários. Artistas plásticos, músicos,
bonequeiros, atores e atrizes, dançarinos e performers
completam o público eclético que transforma a cidade num
grande palco. Alegria, liberdade e criação são as palavras
de ordem durante o festival, e isso se reflete naturalmente
na roupa que as pessoas vestem. Em primeiro lugar, vem
o conforto necessário para enfrentar a maratona de oficinas
e espetáculos que o Festival oferece. Assim, a dupla jeans
e camiseta é o uniforme básico, e aparece em todas as
versões possíveis - customizados, estampados, bordados,
extra-largos, justíssimos, rasgados, remendados, respingados
de tinta. Para enfrentar o frio no final da tarde, malhas
e blusas de lã, quase sempre multicoloridas, passam o
dia amarradas na cintura e aquecem à noite. Quem só levou
malhas em cores básicas pode se atualizar com a moda do
festival comprando as blusas de lã vendidas nas barraquinhas
da praça central, feitas em tricô manual e misturando
todas as cores do arco-íris em listras e estampas jacquard.
São lindas! As jaquetas e casacões complementam a produção,
em jeans, couro e camurça, muitas vezes forradas de pele,
e nos pés, tênis e botas confortáveis são obrigatórios.
No festival, só não vale roupa chique e salto alto, tailleurs,
terninhos e minissaias são vistos quase como indumentária
extraterrestre.
O Festival é a festa dos acessórios. Cachecóis tão charmosos
quanto detonados são tão usados que tornaram-se símbolo
da última edição do evento. Bandanas, chapéus e gorros
diferentes enfeitam muitas cabeças, em diversos formatos
e materiais. E, já que não dá para sair do modelão conforto,
o jeito é abusar das bijuterias para assistir os shows
noturnos em alto estilo: brincos, colares e pulseiras
dão o toque final e personalidade ao modelito-balada.
CRIAÇÃO
A MIL
Criatividade é a bagagem necessária para participar
do festival. Não ocupa espaço e pode ser instalada em
qualquer oficina. Os acessórios, o pessoal vai encontrando
pelo caminho. É só passear pelos mundos da arte, da dança,
da música, das cores, uma verdadeira aventura que transforma
a cidade num imenso palco de cultura. Confira o que está
acontecendo.
Estimular
a criação de cenários para o teatro, é a proposta da oficina
de "Cenografia Teatral", ministrada pelo professor
Martingil, cenógrafo premiado. Com base no texto de
René de Obaldia - "O Defunto" - os alunos estão tendo
a oportunidade de reproduzir uma idéia de cenário em forma
de maquete. Para isso, os materiais utilizados variam
desde caixas de papelão, tinta, cartolina, isopor e sucata
em geral. ''O resultado é surpreendente'', afirma o professor
, explicando que cada um dos participantes absorve o tema
usando a imaginação.
Segundo Martingil, o texto enfoca sentimentos como solidão,
angústia nos relacionamentos e a busca da felicidade.
Assim, surgem as mais diferentes formas de interpretação:
um palco inclinado onde são colocados objetos como uma
vela, um relógio e argolas para representar as dificuldades
que aprisionam os personagens da história, é a sugestão
de Cláudio Tavares, estudante do segundo ano do curso
de Dança, da Faculdade de Artes do Paraná.
Lançar um olhar sobre Antonina é um exercício para aqueles
que pretendem aprender a elaborar um projeto fotográfico.
E podem saber mais. Construir, desconstruir, ler e reinventar
novas maneiras de ler e atestar a cidade. Tudo isto oferece
a oficina "Ensaio Documental - Um Olhar sobre Antonina",
ministrada pela fotógrafa e jornalista Milla Jung. Outra
experiência é pintar retratos sobre telas de plástico
transparentes, inventar chapéus, utilizando garrafas como
suporte, além de cartolina e jornal para dar forma. Desenhar
estampas para cortinas constitui mais uma das atividades
desenvolvidas na oficina "Além do Lápis e Papel para
Desenhar, ministrada pela aluna do curso de Educação Artística
da UFPR, Iara Cristina Perini. Mas a aventura ainda
continua, vestindo as noites com as peças de teatro, os
recitais, espetáculos no palco principal e a tradicional
"canja" do Banana Cabaré.
FABRICANDO
SONS
As latas penduradas na porta já dão uma mostra da
oficina "Fábrica de Sons". Trata-se de uma divertida
descoberta da sonoridade de materiais nada convencionais.
Tubos de PVC, cordões e o próprio corpo fazem com
que ruídos entrem em harmonia e formem melodias
interessantes. Reunindo as qualidades de coreografia,
interpretação e artes plásticas, os ministrantes
Pedro Solak e Eliane Campelli tem formação e experiência
necessária para envolver a turma infantil e adulta,
valorizando elementos do folclore para a composição
e interpretação dos elementos da linguagem musical.
FOLCLORE
De forma simples e acessível, as lendas e mitos
do Paraná fomentam a valorização da identidade cultural
em todas as idades. O teatro, dança e pintura são
alguns dos elementos utilizados pelas ministrantes
da oficina "Folclore, Cantigas de Roda e Jogos Teatrais".
O processo inicia com a leitura de uma lenda, algumas
trazidas pelos próprios alunos. As discussões levam
um estudo dos personagens e enfim uma peça, da qual
os mesmos participam desde a escolha do cenário,
iluminação e figurinos.
EM
RITMO DE ANAUÊ
O tímido forró "pé de serra" enganou o público do
palco principal. Pra quem pensava ouvir apenas forró
a noite toda, a Banda Anauê apresentou grandes sucessos
de reggae, pop, mpb e, claro, muito forró. A receptividade
do público foi proporcional. As letras soavam fáceis
e a interação aconteceu por apresentar músicas conhecidas
do público através do rádio e da TV. De Pink Floyd
a Falamansa, pessoas das mais diferentes idades
suaram mesmo com a fina garoa que caía em Antonina.
Ao final do show uma surpresa: o grupo de Maracatu
Boizinho Faceiro subiu ao palco.
SURPRESA DO MARACATU
O Maracatu tem origem africana e incorporou no Brasil
elementos indígenas e portugueses. A característica
religiosa deixou de ser o ponto forte da dança,
que hoje é mais sensual e profana. A dança é marcada
tradicionalmente e exclusivamente por instrumentos
de percussão e contém fortes traços místicos que
fazem lembrar o Candomblé. O próprio significado
da palavra designa "Dança - Bonita", com movimento
forte, sensual e contagiante. Ninguém fica parado.
De forma desordenada, a dança tomou as ruas históricas
de Antonina. Os malabares foram incorporados na
apresentação do grupo Boizinho Faceiro, conhecido
pelo público de Curitiba por fazer uma prévia do
Carnaval nas ruas do Largo da Ordem. A receptividade
foi tanta que o Boizinho Faceiro teve de continuar
sua apresentação no Banana Cabaré, com uma grande
brincadeira de roda. Dividindo o palco, o grupo
Baque Solto seguiu a noite provando que o forró
e samba rock não saíram de moda. As letras do grupo
curitibano apresentam características da cidade,
contrariando quem acredita que sulistas não sabem
fazer um ótimo forró.
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AGENDA
DE AMANHÃ - DIA 19 DE JULHO (SÁBADO)
Última chance de curtir o Festival!
Às
09h00, no Theatro Municipal, o fantástico resultado
das oficinas
Às 17h00, no Circo, o espetáculo de encerramento
do Circo Às 18h30, Theatro Municipal, tem "vida
caiçara"
Às 20h00, na Igreja, o Le Baroque Brexó se apresenta
N no Palco Principal, às 22h00, Oswaldo Montenegro
o grand finale fica por conta da imperdível banda
Denorex 80, no Banana Cabaré
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DESTAQUE
- Antonina 16/07/2003 |
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CRIAR,
RECRIAR, BRINQUEDO PARA OUVIR E CANTAR
''... Como pode um peixe vivo viver fora d'água fria,
como poderei viver, como poderei viver, sem a tua, sem
a tua, sem a tua companhia..." Cantando este refrão popular,
os alunos da APAE de Antonina caracterizam bem a essência
de um trabalho de integração e inclusão através da musicalização.
Esta atividade está acontecendo na oficina "Criar,
Recriar, Brinquedo para Ouvir e Cantar", ministrada pelo
musicoterapeuta Nélio Eduardo Spréa.
Assim como o peixe, que não pode viver excluído, os portadores
de necessidades especiais precisam do apoio da comunidade
e dos familiares para desenvolverem aptidões e talentos,
além aprender a trocar e tocar uma relação mais estreita
com as pessoas e o ambiente onde vivem. Uma das respostas
obtidas, conta Nélio, é o entrosamento entre as crianças
e as mães que participam da oficina no período da tarde.
A proximidade entre os participantes é trabalhada através
de brincadeiras, jogos e cantigas de roda, que procuram
estimular também o contato físico, como expressão de afetividade.
Num segundo momento, é tratado o distanciamento: as mães
se retiram deixando as crianças interagindo apenas com
o professor. "Esta é uma das maiores dificuldades encontradas
quando se trabalha com crianças totalmente dependentes,
como ocorre na oficina", explica Nélio. O importante é
que esta separação momentânea aconteça sem traumas, e
seja aproveitada como forma do aluno desenvolver ações
independentes e voltadas à socialização, complementa.
Neste sentido, as brincadeiras são instrumentos de grande
efeito, pois através delas o profissional pode perceber
novas modalidades de comportamento que indicam sempre
um caminho para direcionar esta ou aquela criança especial.
TERRA
SONORA: VOLTA AO MUNDO MUSICAL
O grupo Terra Sonora foi fundado em 1994 por Plínio Silva,
e desenvolve um amplo trabalho de levantamento, transcrição
e arranjos de temas tradicionais, vocais e instrumentais
de todos os continentes. Entre as músicas pesquisadas
pelo grupo, há composições recentes e antigas - algumas
de mais de mil anos - a maioria de domínio público, que
fazem parte da tradição e do folclore de cada país. Mongólia,
Grécia, Tailândia Gabão, Nova Guiné, Cuba, Taiti, Brasil.
Segundo a vocalista Liane Guariente, não falta muito para
o Terra Sonora agregar músicas oriundas de todo o globo
terrestre em seu repertório. Depois da escolha do tema,
faz-se a adaptação aos instrumentos e à fonética. "As
vezes, lidamos com músicas cantadas em línguas mortas",
explica Liane, que é responsável pela tradução fonética.
O Terra Sonora segue uma tendência mundial que junta a
música medieval com temas tradicionais e folclóricos,
mas que nada tem a ver new age. O resultados são músicas
completamente diferentes umas das outras, executadas pelos
inúmeros instrumentos que o grupo utiliza - desde flauta
transversal, contrabaixo e clarinete até harmônio indiano
e Krum-horn. Algumas das músicas apresentadas no show
do Festival são inéditas, e farão parte do terceiro CD
do grupo, que está em fase de escolha do repertório e
deverá ser lançado em breve. O Terra sonora é formado
pelos músicos Liane Guariente (voz), Rogério Gulin (viola
caipira e violão), Adriano Mottin (concertinas, flautas-doce
e percussão), Luciano Vassão (percussão), Giampiero Pilatti
(flautas transversais) e Plínio Silva (harmônio, flautas-doce,
Krum-horn e direção geral).
RECREAÇÃO
E LAZER DE CARA NOVA
Até o dia 16, a estrutura da Praça de Recreação esteve
instalada na Escola Estadual Maria Cleuza Arminda,
no Batel. A partir do dia 17, vai para a Escola de
Samba Ponta da Pita e Associação de Moradores da Ponta
da Pita. De acordo com Astrid Becker Ávila, coordenadora
de Recreação e Lazer, a Praça atende crianças e jovens
da periferia, facilitando a sua participação no Festival.
"O objetivo é oferecer práticas corporais diferentes
para quem tem dificuldade de acesso, seja por questões
de poder aquisitivo ou pela distância", completa Astrid.
O horário de funcionamento da Praça é das 14h00 às
17h30, com atividades de engajamento espontâneo e
oficinas com turmas pré-estabelecidas. Entre as atividades
estão arte circense (malabares e acrobacias), cama
elástica, brinquedoteca, dança folclórica, capoeira,
rpg, jogos cooperativos, máscara e fantoche,jogos
e brincadeiras populares. A equipe é formada por 13
pessoas, sendo dez monitores e três coordenadores.
Para Astrid, a Praça pretende criar vínculos mais
sólidos com a comunidade antoninense, privilegiando
a periferia e as comunidades mais carentes. "Através
dessas atividades, conseguimos resgatar práticas corporais
na comunidade, bem como iniciar novas possibilidades
de movimento. Pretendemos que esse seja o início de
um trabalho que continue durante o ano todo através
de projetos de extensão", conclui.
NEM
MÚSICA NEM TEATRO
O Cabaré tem linguagem própria e digna de estudo.
A oficina O Cabaré Enquanto Linguagem, Aline Gruba,
a oficina discute principalmente o espaço pouco valorizado
do Cabaré e as formas com que a música e o teatro
formam um espetáculo com muita cor, movimento interatividade.
As impressões do Cabaré Europeu são discutidas e comparadas,
como a flexibilidade dos personagens e figurinos,
característica marcante da Linguagem do Cabaré. Ao
final da oficina será apresentado um espetáculo com
o resultado de ensaios e dinâmicas desenvolvidas pelo
grupo.
GUITARRAS
FURIOSAS
Mais uma noite chuvosa em Antonina... Porém, o clima
não desanimou os fãs de rock pesado, que compareceram
em peso ao show de heavy metal do grupo Primal. Formado
no começo da década de 90, o Primal tem um trabalho
bastante conceitual e é considerado um dos grupos
mais autênticos do gênero em Curitiba. Guitarras furiosas
e letras repletas de simbologia marcam o repertório
do grupo, que só toca composições próprias - apesar
dos apelos do público, que pedia músicas de Black
Sabbath e Metallica. Mesmo assim, o show literalmente
abalou a cidade.
MÚSICAS
DO BRASIL
O Cabaré foi o lugar perfeito para a apresentação
da Banda Kathmandu. O espaço intimista e a animação
da vocalista Ângela Rocha acordaram o público de Antonina
com o melhor da MPB. De Elis Regina a Cássia Eller,
os grandes intérpretes brasileiros foram responsáveis
pela lotação do espaço do Cabaré. Com ótimo repertório,
a Banda Kathmandu emocionou com sucessos românticos
e muito dançantes.
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AGENDA
DE AMANHÃ - SEXTA-FEIRA, DIA 18
A Festa está chegando ao fim, e continua imperdível.
na sexta-feira tem:
às
12h30, Hamlet com o Teatro de Sombras, no Theatro
Municipal Vermelho Sangue Amarelo Surdo, com Ranieri
Gonzalez,
às 18h30 e 21h00, no Theatro Municipal Na Igreja,
às 20h00, tem Sudamérica
às 22h00, no Palco Principal, Rockabilly Rock´n Roll
Classics
o Banana Cabaré apresenta Sinfonética Comunitária
Flutuante às 24h00
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DESTAQUE
- Antonina 15/07/2003 |
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TEATRO
DE SOMBRAS
O objetivo da oficina Teatro de Sombras é a busca de caminhos
para representação em cena, que consiste na manipulação
de objetos entre uma iluminação de fundo e a tela. Munidos
de ferramentas como lápis e papel, estilete, tesoura e
alicate, os participantes já elaboraram dois roteiros,
o primeiro utilizando partes das cenas da obra "Guernica",
de Pablo Picasso, e o segundo reúne elementos para contar
a história do "Vagabundo e a Fada". A etapa final será
de experiências, na tentativa de ajustar as imagens à
trilha sonora, resultando numa performance parcial dos
temas. O teatro de sombras é uma arte de animação, que
se utiliza de recursos audiovisuais e é dirigida a crianças
e adultos. As apresentações podem remeter a assuntos concretos,
como os relacionados ao meio ambiente, por exemplo, e
também, estimular a imaginação, como os contos infantis.
"O importante é descobrir o recurso", informa Marcello,
que nesta sexta-feira, dia 18, apresentará Hamlet, de
Shakespeare, no Teatro Municipal, às 2h30min.
ARTE,
ALEGRIA E CIDADANIA
Os primeiros minutos da oficina foram um espetáculo à
parte num evento em que os espetáculos, de tantos, tornam-se
quase rotina em Antonina. Fantasiados de clowns, os ministrantes
inundaram de riso e alegria o espaço do Patronato do Idoso
de Antonina PIA) e o coração dos participantes. De acordo
com a coordenação do Festival, o evento já vinha tentando
trabalhar com idosos sem obter grande retorno da comunidade.
A partir da criação de atividades da PIA, os próprios
participantes solicitaram a participação no Festival,
pois até então os idosos não admitiam fazer parte da terceira
idade. Segundo Regina Guerra, alguns idosos "envelhecem"
por falta de atividades dirigidas a eles e também pela
falta de preparo da sociedade para enfrentar este período
da vida. "Algumas pessoas excluem os idosos de certas
atividades achando que eles não têm interesse, mas na
verdade o idoso possui a sabedoria de uma vivência que
está amortecida", explica Regina. "Através da arte conseguimos
resgatar essa bagagem tão valiosa". A oficina trabalha
com artes plásticas, artesanato, música, dança, jogos
teatrais, aquecimento e relaxamento, resgatando o sentimento
de respeito e dignidade daqueles que passam por esta etapa.
Dessa maneira, é possível criar uma política de envelhecimento
consciente e saudável, criando condições de superação
das barreiras sociais. A vice-presidente da PIA e idealizadora
da instituição, Fátima Pereira Maurício, conta que a entidade
vive basicamente de doações e de eventos beneficentes.
A PIA possui 97 idosos cadastrados de Antonina e região.
Lá, eles desenvolvem com a ajuda de voluntários diversos
trabalhos como coral, musicoterapia e alfabetização.
DE
MISSÃO IMPOSSÍVEL A GLENN MILLER
O espetáculo da Filarmônica Orquestra Show começou
com a trilha sonora dos filmes de James Bond e Missão
Impossível, engatou na música contagiante de Glenn
Miller, enveredou pelos ritmos caribenhos, chorinho,
pagode e rock´n roll. O show foi tão eclético quanto
animado, e nem a chuva fina e constante tirou o pique
do público, que dançou da primeira à última música.
Não é à toa que a Filarmônica Antoninense é um dos
grandes orgulhos da cidade.
ROMANTISMO
TOMOU CONTA DO CABARÉ
Suspiros, olhares sonhadores e nostálgicos tomaram
conta da platéia no Banana Cabaré. Eu Sei que Vou
te Amar foi, sem dúvida, o espetáculo mais romântico
do Festival. Vinícius de Moraes foi revivido em prosa
e verso pelos músicos Daniel Faria, Éderson Renaud
e Cláudio Silveira numa noite inesquecível. O grupo
alternou declamações de poemas com a execução competentíssima
das canções do poetinha e emocionou o público do primeiro
ao último minuto.
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AGENDA DE AMANHÃ - QUINTA-FEIRA,
DIA 17
O Festival segue em frente com sua programação imperdível.
A quinta-feira tem espetáculos para todos os gostos:
No Circo, às 12h30, é a vez do espetáculo A Viúva Alucinada
tomar conta do picadeiro.
Às 18h30 e 21h00 tem Cartas de Desamor no Theatro Municipal.
O Quarteto Cabôco anima a igreja às 20h00.
No Palco Principal, Makoto entra em cena às 22h00.
Para finalizar, o ótimo Cabaré Los Bonecos dá show no
Banana às 24h00. |
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DESTAQUE
- Antonina 14/07/2003 |
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A
CULTURA PRECISA MUDAR
O consenso geral entre os participantes da mesa-redonda
A Cultura e as Novas Conjunturas de 2003 girou em torno
da necessidade urgente de estabelecer novas práticas e
novos sujeitos na cultura brasileira. "Existe uma séria
ambigüidade política, que dá grande importância à cultura
mas não destina recursos a ela", afirma Barros. De um
lado, uma grande disputa pelo poder de gerir a cultura.
De outro, a ausência da cultura nos orçamentos públicos.
A parte que cabe ao Ministério da Cultura no orçamento
federal é de apenas 0,2% - ao Paraná é destinado 0,3%
da verba do MinC.
O Brasil apresenta um quadro sério de exclusão cultural.
Segundo José Márcio Barros, apenas 7,2% dos municípios
brasileiros possuem cinemas, que atingem cerca de 50%
da população. Desses municípios 15% possuem museus, atingindo
54% da população. Das cidades, 13% tem teatros. Dos negros
que ingressam na universidade, 2,5% conseguem diploma.
No segmento editorial, os números não são mais animadores:
há uma livraria para 84 mil habitantes no país. A população
cresceu 15% dos anos 80 para cá, mas o volume de publicação
de livros se mantém. Com relação à educação, existem 9%
de analfabetos no País. Porém, do restante de 91% de alfabetizados,
somente 28% consegue ler e interpretar os conteúdos.
Outro ponto abordado pela mesa redonda foi a notável incompetência
em transformar a riqueza e a diversidade da cultura brasileira
em riqueza material. "É preciso entender porque o Brasil
continua a olhar a cultura como uma despesa, e não como
uma ferramenta para diminuir o quadro de exclusão social",
conclui Barros. Com relação ao poder de fomento, os participantes
do debate concordaram com a necessidade de defender a
permanência das Leis de Incentivo, apesar de todos os
problemas que elas apresentam, como a excessiva concentração
regional - por exemplo, 87% dos valores captáveis vão
para o Sudeste do País. Uma reformulação nas leis tem
de levar em conta a correção desse desequilíbrio, e também
o mau uso das formas de captação, que é comum a ocorrência
de irregularidades fiscais, com conseqüências negativas
para a classe artística. Enfim, falta política cultural
para dar mais efetividade às leis de incentivo. Barros
ainda aponta que ninguém discute o dirigismo do marketing
sobre a cultura, fazendo com que a realização de projetos
culturais esteja sempre submetida ao retorno de visibilidade
para o patrocinador. Outro ponto importante a considerar
é a necessidade de realizar estudos constantes sobre a
situação financeira da cultura, e buscar outras alternativas
de obter investimento. "Por exemplo, a inclusão do IPTU
na política de incentivo, possibilitando aos cidadãos
colaborarem com a cultura", diz Barros.
Essas reflexões terão continuidade durante todo o Festival,
com a oficina Cultura, Cidadania e Desenvolvimento, ministrada
por José Marcio Barros.
OFICINOVAS
ALEGRIA É PARA QUALQUER IDADE
Os primeiros minutos da oficina Arte, Alegria e Cidadania,
direcionada à terceira idade, foram um espetáculo
à parte num evento em que os espetáculos, de tantos,
tornam-se quase rotina em Antonina. Os ministrantes
Gerson e Regina Guerra, fantasiados de clowns, inundaram
de riso e alegria o espaço da PIA e o coração dos
participantes. O objetivo da oficina é trabalhar com
artes plásticas, artesanato, música, dança e jogos
teatrais.
CRIANÇA
DANÇA, PINTA, E CONTA HISTÓRIAS
O QG do Festival virou uma festa no sábado com as
inscrições infantis. Com quase todas as vagas preenchidas
- cerca de 90% - as oficinas para crianças começaram
em ritmo intenso. Com muita vontade de criar e aprender,
os pequenos fazem arte sem parar - pintura, escultura,
teatro, folclore e dança. Confira a farra da criançada
no link Festival em Imagens.
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MONUMENTO
EM MOVIMENTO
A principal referência aos primeiros grupos humanos
que habitaram a região de Antonina, datam de cerca
de 2 mil anos atrás. Estes vestígios podem ser encontrados
na Ilha do Corisco, situada na Baía de Guarapirocaba
(atual Baía de Antonina), na forma de sambaquis, depósitos
de conchas, que abrigam partes de utensílios e objetos
que marcam a permanência desta população. Saber deste
passado, resgatar a história da fundação da cidade,
remeter um olhar crítico sobre seu patrimônio, lendas
e curiosidades é a finalidade da oficina "Monumento
em Movimento", ministrada pela professora Desiré de
Oliveira, programadora cultural do Departamento de
Artes. Por trás das fachadas das casas antigas, ruas
e ladeiras estreitas, igrejas, fontes e da estação
ferroviária, se esconde muito de uma bagagem rica
de história, tradição, cultura e arte. O roteiro inicia
na Igreja Matriz, considerada pelos historiadores
o marco zero da cidade, local onde se reuniram os
primeiros moradores, numa manifestação de devoção
à Nossa Senhora do Pilar, em meados do século XVIII.
Ao longo do percurso, a presença marcante dos estilos
luso-brasileiro, eclético, romântico, industrial e
contemporâneo, estão presentes nas construções do
Teatro Municipal, Prefeitura, Estação Ferroviária,
na casa de Caetano Munhoz da Rocha e nas moradias
das famílias tradicionais do local. "A Interpretação
do Patrimônio como Atrativo Turístico" é o tema de
outra oficina ministrada pela professora Desiré, abordando
conceitos básicos de turismo e os impactos socioculturais
da atividade turística.
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Ô, COISINHA TÃO BONITINHA...
Antonina mexeu as cadeiras até altas horas com o show
do grupo Em Cima da Hora. Formado por músicos paranaenses,
é considerado o melhor grupo de samba raiz e choro
de Curitiba. No palco, Marcinho do Cavaco, Nábio Rodrigues
(violão), Fabinho Hess (baixo), Paulinho Sabbag (teclados),
Adriano (voz principal), Macarrão (percussão), Arthur
(percussão), Maurício (bateria), Nenê (surdo). Produção
de Letícia de Macedo Weinhardt. Depois do Em Cima,
o Gypsy Acústico agitou o Banana Cabaré com o som
de Rodrigo Vivas, ex-vocalista da Banda Gypsy Dream,
Jordy kosis e Daniel Taccituti. Eles apresentaram
uma releitura de clássicos da música nacional e internacional.
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VOCÊ AINDA NÃO VEIO AO FESTIVAL?
ENTÃO, LÁ VÃO BONS MOTIVOS PARA VISITAR ANTONINA NESTA
QUARTA-FEIRA:
" 12H30 TEM CIRCO: O TESOURO DO CIRCO REDONDO
" ÀS 18H30 E ÀS 21H00 NO THEATRO MUNICIPAL, O ESPETÁCULO
QUEBRAS, PEÇAS E CABEÇAS
" CHORA VIOLA ÀS 20H00 NA IGREJA
" ÀS 22H00, A BANDA ANUÊ INVADE O PALCO PRINCIPAL
" NO BANANA, À MEIA-NOITE, BAQUE SOLTO COMANDA A FESTA
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DESTAQUE
- Antonina 13/07/2003 |
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E
Tudo começou...
E mais uma vez a promessa do maior projeto de extensão
da Universidade Federal do Paraná se concretiza com uma
possibilidade de inovação: o desenvolvimento de um amplo
programa de inclusão social, dirigido a professores e
alunos das escolas da região, com atenção especial aos
portadores de necessidades especiais que se encontram
em situação de risco social e pessoal. A proposta pretende
contemplar também às cooperativas populares; os artesãos
e suas famílias e os desempregados, com a oferta de melhor
capacitação profissional para inserção no mercado de trabalho.
Assim, "semear para colher no futuro", é o objetivo do
projeto, que segundo Paulo Chiesa, coordenador de cultura
da UFPR, deverá prolongar-se ao longo do ano. Desta forma,
surgem novas possibilidades de ensino e pesquisa para
professores e estudantes universitários, estreitando os
vínculos entre a universidade e o município, proporcionando
maior intercâmbio de conhecimentos. O secretário de Comunicação
e Cultura de Antonina, Alberto Melo Viana, concorda: "o
importante é a criação de uma cultura do festival, direcionando
olhares para o crescimento e o desenvolvimento econômico-social
de Antonina". Segundo Anselmo Faria, assessor de comunicação
da Petrobrás, é justamente o aspecto de durabilidade e
retorno social que o Festival proporciona um dos principais
motivos que leva a empresa patrocinar o evento. "O Festival
de Inverno é um símbolo importante de compromisso com
o Paraná, e a sua repercussão vai além de uma intensa
programação de shows, ultrapassa o caráter de entretenimento",
comenta Faria. Ele acrescenta que a Petrobrás dá prioridade
de apoio a projetos que signifiquem o desenvolvimento
de uma região, na área social e de educação.
A
história dos 90 Anos da UFPR arrancou lágrimas da
platéia com a interpretação emocionante de Lala Schneider.
O espetáculo foi apresentado pelos grupos artísticos
da UFPR: Coral, sob regência do maestro Álvaro Nadolny;
Grupo de Percussão, sob regência de Paulo Demarchi;
Grupo de Teatro Palavração, sob direção de Hugo Mengarelli;
Téssera Companhia de Dança, sob direção de Rafael
Pacheco, Grupo de MPB, sob regência de Doriane Rossi
e Orquestra Filarmônica, sob a regência de Denise
Mohr. Cenário de Paulo Chiesa. Direção Artística:
Maurício Vogue. Direção Geral: César Sarti.
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Pra lá de animado. A primeira noite do Banana Cabaré,
comandada pelo som múlti-inspirado da banda alagoense
Xique Baratinho, deu uma prévia do clima que promete
esquentar cada vez mais as madrugadas do Festival
de Inverno. Valeu a pena os moços atravessarem o Brasil
para abrir o novo espaço em Antonina. Os integrantes
da banda também conquistaram o público pela simpatia.
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A peça infantil Sonhos de Uma Noite de Verão, da Cia
do Abração, teve as duas sessões lotadas no segundo
dia do Festival. Com muita graça e competência, os
atores encantaram crianças e adultos ao apresentar
Shakespeare de maneira original e despretensiosa.
Os personagens de Sonhos ganharam vida em forma de
objetos - sapatos, um potinho de talco, uma gravata
borboleta, uma bolsa - e protagonizaram a história
com simplicidade e poesia.
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AGENDA
DE HOJE - SEGUNDA-FEIRA, DIA 14 |
Para espantar aquele clima de segunda-feira, o Festival
tem programação anti-baixo astral.
Às 12h30, O Canto do Galo desperta todo mundo
no Circo.
A peça infantil Flicts chama a criançada para se divertir
às 18h30 e 21h00 no teatro Municipal.
Às 20h00, na Igreja, o som do Studium Musicae
dá a largada na noite.
No palco Principal, às 22h00, tem Filarmônica
orquestra Show.
E, para finalizar o começo da semana,
Eu Sei que Vou te Amar no Banana Cabaré às 24h00.
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MATÉRIAS
ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 05 - 02/07/2003
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INSCREVA-SE
AGORA
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As
inscrições para o 13º Festival de Inverno da UFPR
abrem no dia 16 de junho e vão até 4 de julho de 2003,
das 9h às 18h. Os interessados podem se habilitar
aos cursos e oficinas em Curitiba, na Pró-Reitoria
de Extensão e Cultura da UFPR - Coordenadoria de Cultura
(Travessa Alfredo Bufrem, 140 - 3º andar), fone 41-
3310-2684. Em Antonina, basta dirigir-se ao
Teatro Municipal (R. Carlos Gomes da Costa, s/nº,
fone 41-432-4134. Das 985 vagas para adultos,
190 são isentas de taxa para professores, membros
das APAES, de museus e da Orquestra Filarmônica Antoninense.
clique aqui e faça a sua inscrição
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FESTIVAL
AQUECE ECONOMIA EM ANTONINA |
Segundo a prefeita Munira Peluso, Antonina recebe mensalmente
cerca de mil visitantes. Durante o Festival de Inverno,
o número de pessoas que se hospedam na cidade durante uma
semana deverá ser seis vezes maior. Além disso, há gente
que não fica na cidade, mas se desloca para lá todos os
dias para participar do evento. No total, a estimativa é
que 60 mil pessoas visitem Antonina nesta edição. A prefeitura
de Antonina estima que cada pessoa gasta cerca de R$ 30
por dia durante o Festival. Considerando apenas os que se
hospedam na cidade, o valor gasto em uma semana será aproximadamente
de R$ 840 mil. Tanto movimento requer maior número de funcionários
nos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, os 800 empregos
que existem na área de turismo chegam a dobrar durante o
evento.
COMÉRCIO SE PREPARA
Arrumar a casa para atender o "vai-e-vem" das pessoas
já é a principal tarefa de Elisabete de Fátima Carraro,
proprietária do restaurante Maré Alta. A casa costuma servir
normalmente cerca de 20 mesas por dia, e durante o Festival
esse número sobre para 70. Para este ano, conta, também
serão servidas sopas, caldos quentes, vinho e caldeirada,
ao som de música ao vivo. Elisabete, que também se dedica
a outro segmento comercial, a casa de artesanato "Bepty's
Presentes", pretende oferecer mais opções em sua loja, como
roupas artesanais vindas do Nordeste. Para atender à mobilização
do festival, que costuma aumentar as vendas em cerca de
50%, a proprietária pretende contratar oito funcionários
extras. Residente há muito tempo em Antonina, a comerciante
conta dos projetos do marido, o farmacêutico André Luis
Picanço Carraro. Diz que além do trabalho na farmácia, ele
está preparando uma estrutura para suprir as eventuais emergências
e viabilizar a entrega de medicamentos a qualquer hora.
Outro estabelecimento que triplica o movimento durante o
Festival de Inverno é o tradicional restaurante Caçarola
do Joca. Aberta há 21 anos, a casa tem bom movimento durante
o ano todo, mas nenhuma época se compara à semana do evento.
"É a festa mais bonita da cidade", revela o proprietário,
Joca. Ter um bom retorno financeiro também é o objetivo
de Ana Palma, proprietária da pousada Aldeia das Bromélias,
localizada na Ponta da Pita e inaugurada em março deste
ano, para o Carnaval. A segunda empreitada será o festival,
diz Ana, esperando ter todos os cômodos ocupados por aproximadamente
70 hóspedes.
FONTES DE RENDA
Os negócios de família também prosperam, como o Hotel Capelista,
por exemplo, ampliado com mais dois apartamentos e a contratação
de alguns funcionários de suporte. A economia doméstica
é igualmente ativa, quando as residências se transformam
em pousadas; donas de casa entregam roupas lavadas e passadas,
preparam refeições extras ou salgados e doces caseiros para
serem vendidos nas barracas da praça. Os ambulantes ganham
as ruas expondo bijuterias, artigos de utilidade, roupas,
agasalhos e peças de artesanato típico. Assim, hotéis, restaurantes,
lanchonetes e lojas geram empregos temporários e se transformam
em alternativas de renda. "Na verdade, o evento traz para
Antonina ganhos financeiros e culturais", garante a prefeita
Munira Peluso. O conhecimento e a troca de experiências
com públicos diversificados traz também a capacitação do
pessoal envolvido nas áreas de hotelaria e comércio em geral,
além de promover a intensificação e divulgação do turismo
local. "A parceria entre a universidade e a cidade de Antonina
deve resultar em projetos de desenvolvimento em longo prazo,
direcionados a setores estratégicos como os de educação,
saúde, cultura, administração e turismo", evidencia.
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Os ministrantes da oficina "O Cabaré
enquanto linguagem", Lucas Francisco Scalco e Anderson
Antoniacomi falam sobre a sua proposta de trabalho em entrevista
ao Últimas Notícias do Festival.
Últimas - Como será estruturada a oficina?
R - A oficina acontecerá inicialmente com palestras
de esclarecimento sobre a linguagem cênico-musical que envolve
o "Cabaré"; suas posturas artísticas e político-cultural
e suas vertentes artísticas.
Últimas - O que as pessoas podem esperar?
R - Uma abordagem generalizada do assunto, envolvendo
técnicas de metalinguagem, construção de personagens e roteiro,
caracterização e produção de pequeno porte.
Últimas - De que forma poderão aproveitar o que aprenderem?
R - Exercitando as diversas técnicas e desenvolvendo
a linguagem cabaretiana, a fim de pesquisar e descobrir
as qualidades artísticas desse estilo. Também poderão buscar
a formação de grupos interessados em produzir pequenos espetáculos
de humor e crítica.
Últimas - Quem é o público alvo da oficina e que formação
essas pessoas precisam ter?
R - O público alvo inicia na faixa etária dos 15 anos
de idade, para pessoas que já fizeram algum curso de teatro
para iniciantes e/ou que tenha participado de alguma montagem
amadora.
Últimas - Como nasceu essa oficina?
R - A dupla Los Bonecos iniciou suas pesquisas nesse
campo em meados de 1990 e só em 1993 é que surgiu o primeiro
show cabaretiano após viagem à Europa. Ali, constatamos
que esse estilo "do fazer teatral" observado em diversos
países como França, Holanda, Alemanha e Inglaterra era adequado
às nossas expectativas artísticas. Atualmente com o trabalho
desenvolvendo-se há dez anos encontramos muitos jovens atores-cantores
e mesmo artistas de outras gerações que sugerem e nos pedem
oficinas ou cursos que orientem esses interessados a introduzir-se
na carreira cabaretiana.
OS MINISTRANTES
Lucas Francisco Scalco (PR) e Anderson Antoniacomi
(PR) integram a dupla Los Bonecos e têm desenvolvido
pesquisa e montagem de espetáculos de cabaré nos últimos
dez anos, entre eles: Cabaré Internacioná (1991), Gritos
de Carnaval (1992), Cabaré Brasil (1995), Cabaré Ano 2000
(1999) e La Risata Finale (2003). Também participou do Comboio
Cultural, no tour realizado durante 2001 por 22 cidades
do Paraná.
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MAIS
QUE UM CABARÉ
Quem quiser aprender mais sobre aspectos cênicos e musicais
dos teatros de cabaré pode participar da oficina “O Cabaré
Enquanto Linguagem’. Destinada a maiores de 15 anos, a oficina
propõe a compreensão da linguagem artística dos cabarés,
a partir da investigação das formas desse modelo teatral
existentes em países da América e da Europa. São ofertadas
20 vagas, no horário das 14h às 18h. Os ministrantes da
oficina, Lucas Francisco Scalco (PR) e Anderson Antoniacomi
(PR), integram a dupla Los Bonecos e já montaram diversos
espetáculos de cabaré. Clique para ler entrevista com os
ministrantes.
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CRIANDO COM A DANÇA
Usar a dança para desenvolver a criatividade, a auto-estima
e o conhecimento do próprio corpo. Com essa proposta, a educadora
Janaína Brun Ançay (PR) pretende reunir crianças de 5 a 10
anos na oficina “A criança criando com a dança”. Em duas turmas
separadas por faixa etária, ela vai trabalhar as relações
entre movimento, espaço, tempo e ritmo, com base em jogos
de improvisação. As aulas serão das 9h às 10h30min e das 10h30min
às 12h, na Unilivre. Janaína é formada em Dança, Licenciatura
e Bacharelado pela FAP/PR, e também pelo Curso Permanente
de Dança Moderna/UFPR. Estagiou por dois anos no Instituto
Paranaense de Cegos, na área de Dança Criativa, e atualmente
leciona em diversas instituições de Educação Infantil em Curitiba.
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XIQUE
BARATINHO
O Banana Cabaret, novo espaço de shows do
Festival de Inverno, apresenta à meia-noite
do dia 12, o espetáculo da banda Xique Baratinho,
uma mistura ousada de funk, blues, coco
de embolada e o tradicional rock dos anos
70. Diretamente de Maceió (AL), a música
é inspirada principalmente na embolada,
no trava-língua: os duelos de literários
populares que competiam nas feiras livres.
A banda é composta por Aldo Gonzaga (guitarra);
Tárcio Bezerra (bateria), Lelo Macena (voz,
pandeiro e baixo), Railton Sarmento (voz,
pífanos e flauta transversal). O grupo já
tem público cativo em seu estado e agora
tenta conquistar espaços Brasil afora.
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FLICTS
FALA A CRIANÇAS SOBRE AMOR-PRÓPRIO E PRECONCEITO
A criançada não pode perder a apresentação do teatro
infantil Flicts, adaptação da obra homônima de Ziraldo.
Realizada pela MR Produções, a peça conta a singela
história de uma cor que não existe no arco-íris
e desenvolve os preciosos temas da diferença, da
auto-aceitação, do amor-próprio e da necessidade
de viver sem preconceitos. As exibições serão no
Teatro Municipal, às 18h30min e 21 horas, no dia
14, segunda-feira. A adaptação do texto é de Enéas
Lour e Edson Bueno; e a direção, de Edson Bueno.
Elenco: Fabiula Nascimento, Anderson Faganello,
Elder Datry, Eberson Galiotto, Thiago Luz, Lílian
Marchiori, Caike Luna e Anderson Gercker. Composição
e direção musical de Rosy Greca, coreografia de
Inês Drumond, iluminação de Rodrigo Ziolkowski e
sonoplastia de César Sarti.
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MATÉRIAS
ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 04 - 26/06/2003
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José
Márcio Barros é Mestre em Antropologia pela UNICAMP/SP
e Doutor em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ/RJ;
professor da PUC/MG e da Escola Guignard/UEMG; além
de diretor da 'OUTRO' Consultoria e Projetos, com
clientes como Circuito Cultural Banco do Brasil; Circuito
Cultural Telemig Celular; e Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.
Durante o Festival de Inverno, ele ministrará a oficina
Cultura, Cidadania e Desenvolvimento, e coordenará
a mesa-redonda A Cultura e as Novas Conjunturas de
2003, da qual participarão Vera Mussi, secretária
estadual de Cultura, Alberto Melo Viana, secretário
de cultura do município de Antonina; e Paulo Chiesa,
coordenador de cultura da UFPR. Na entrevista a seguir,
José Márcio Barros expõe, entre outros temas, a situação
da arte e da cultura no atual cenário brasileiro e
a importância de compreendê-las como provedoras de
desenvolvimento ao país.
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CULTURA
É BÁSICO |
Últimas
- Quais os principais objetivos da mesa redonda "A Cultura
e as Novas Conjunturas de 2003"?
José Márcio Barros - O principal objetivo é atualizar
a discussão sobre o papel e a importância da cultura
na atualidade do país, especialmente a partir das mudanças
ocorridas após as eleições e o início das novas administrações
federal e estadual. Sua realização em meio à programação
de um festival do porte e da qualidade do Festival de
Inverno da UFPR e que tem como temática a Cultura e
a Paz pretende oferecer aos participantes a oportunidade
de refletirem sobre a arte enquanto elemento central
das políticas públicas e das ações de construção da
cidadania. A idéia é que os participantes do debate
possam apresentar as linhas gerais da política pública
de governo para a cultura, ressaltando os desafios,
as experiências já em andamento, e as possibilidades
de integração, parceria e trabalhos em rede.
Últimas - Poderia comentar
sobre as novas conjunturas e contextualizá-las no cenário
cultural brasileiro?
JMB - Mais que reconhecer a importância da cultura
no desenvolvimento da sociedade brasileira, a questão
que me parece central hoje é a de corrigir equívocos
e consolidar experiências irrefutáveis. Os recentes
debates sobre os critérios de distribuição das verbas
das estatais para a cultura evidenciaram a necessidade
de se construir um modelo mais transparente e participativo
de ação pública da cultura, de forma a minimizar o domínio
da lógica de mercado e gerar um desenvolvimento mais
equitativo e equilibrado tanto geograficamente quanto
entre as diversas áreas e campos artísticos.
Últimas - Sobre a oficina "Cultura,
Cidadania e Desenvolvimento", poderia comentar um pouco
sobre o papel da cultura e da Arte na geração de bens
e riqueza coletiva?
JMB - A compreensão da arte e da cultura como
provedoras de desenvolvimento, deve ser procurada muita
além da perspectiva da indústria do entretenimento e
do lazer. Para tanto, o desenvolvimento promovido pela
cultura deve abarcar tanto a dimensão política e social
quanto propriamente econômica. Desenvolvimento regional
através da arte e da cultura deve representar a possibilidade
de reinvenção do espaço público, da cidadania e da cadeia
produtiva das artes e da cultura. É preciso enfrentar
a contradição de que tanta riqueza cultural nas diversas
regiões do Brasil, não configure uma alternativa de
riqueza material e de cidadania para seu povo.
Últimas - Quais serão os temas
abordados pela oficina?
JMB - Serão
abordados "Um Conceito Inclusivo de Cultura", "Cultura
e Mundo Contemporâneo", "Cultura e Desenvolvimento",
"Política Cultural", "Projetos Culturais - Mitos e Realidades".
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CARTUM,
A ARTE DO HUMOR
Cartum, charge, tirinhas em quadrinhos. A
linguagem usada nestes trabalhos gráficos
fascina quem aprecia o humor. Usados para
elogiar, criticar, apontar às vezes verdades
óbvias escondidas nos comportamentos mais
usuais, os cartuns serão o tema de duas oficinas
neste Festival, uma destinada a maiores de
15 anos e outra para crianças de 11 a 14 anos.
Os ministrantes, Nilson Sampaio e Bibiana
Schneider, falam mais sobre o assunto:
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Últimas - Como nasceu
a idéia da Oficina de Cartum?
Nilson Sampaio - A idéia surgiu de forma
bem engraçada! Na procura de documentos, teses,
livros que falassem mais sobre a técnica do Cartum,
e na falta destes materiais, pensamos (eu e a
Bibiana) por que nós não fazemos nossa própria
Oficina de Cartum? Dito e feito! O primeiro passo
seria descobrir o que uma pessoa que gosta de
Cartum ia querer achar nesta oficina, e aí por
diante! Não temos pretensão alguma de formar um
grande mestre, e sim preparar alguém para ver
o Cartum como ele merece ser visto, de forma simples
e objetiva.
Últimas - Quem pode participar?
Sampaio e Bibiana - Todo mundo que aprecie
o cartum! Basta um corpo e uma vontade!!
Últimas - De que forma a oficina poderá ser
aproveitada pelos participantes?
Sampaio - Aí dependerá de cada um. Se eu der
um fusca de presente para alguém, como essa pessoa
vai usá-lo ? Uns poderão fazer um bugue deste
fusca, outros, deixá-lo maravilhoso!! Vai de cada
um, mas eu acredito que se no final da oficina
os participantes começarem a ver e entender o
Cartum, já será uma vitória. Aprender a ver as
coisas com um toque de ousadia e humor. Saber
o que quer dizer Cartum, que é algo palpável e
bem próximo de todos nós. Resumindo tudo isso,
a pessoa terá (pelo menos queremos que tenha)
percepção mais apurada dos fatos.
Últimas - Que tipo de cartuns serão trabalhados?
Bibiana - Basicamente, o Cartum na sua linguagem
crua, desde o que é até suas variantes, como charge,
tiras de quadrinhos. Também trabalharemos a função
da cor como elemento de linguagem, com um embasamento
teórico.
Últimas - Quais são as suas inspirações?
Sampaio - É meio difícil de responder, mas
quando você vive e respira Cartum um simples tropeção
de alguém na rua te dá inspiração! Ficar sentado
na Rua XV (centro de Curitiba) observando as pessoas
é muito estimulante.
Bibiana - É observando como as crianças
lidam com o mundo real delas. Muita leitura de
gibi, livros, televisão.
Últimas - Quem vocês destacam entre os cartunistas
brasileiros?
Sampaio - Gosto dos Irmãos Caruso, Ziraldo,
Laerte, Angeli, Sampaio, Paixão e tantos mais!
Bibiana - Ziraldo, Marco Aurélio (do Zero
Hora), Gonzáles...
Últimas - Qual a função do cartum?
Sampaio - Ao meu ver a função do Cartum é
mais ou menos como a da tirinha de jornal, simplesmente
faz você pensar, faz rir. No meu ponto de vista,
cartunista que num Cartum ou numa tira "quer ensinar
o mundo" está condenado a ser o maior chato! Tem
que saber mandar o recado, denunciar, criticar,
elogiar, sem ser piegas nem fútil e isso só se
aprende com o tempo.
QUEM SÃO OS MINISTRANTES
Nilson Sampaio é artista plástico e graduando
da EMBAP/PR. Já realizou trabalhos de capa em
várias publicações, como a revista MAD, a Agenda
Arte 2003. Publicou tiras de quadrinhos em diversos
jornais de Curitiba, como Gazeta do Povo, O Estado
do Paraná e Primeira Hora.
Bibiana Schneider é formanda do Curso Superior
de Gravura da EMBAP/PR. Participou de exposições,
entre elas a I Mostra de Fotografia Mitos, e atualmente
pesquisa sobre quadrinhos e arte seqüencial. |
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MATÉRIAS
ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 03 - 20/06/2003
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INSCREVA-SE
AGORA
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As
inscrições para o 13º Festival de Inverno da UFPR
abrem no dia 16 de junho e vão até 4 de julho de 2003,
das 9h às 18h. Os interessados podem se habilitar
aos cursos e oficinas em Curitiba, na Pró-Reitoria
de Extensão e Cultura da UFPR - Coordenadoria de Cultura
(Travessa Alfredo Bufrem, 140 - 3º andar), fone 41-
3310-2684. Em Antonina, basta dirigir-se ao
Teatro Municipal (R. Carlos Gomes da Costa, s/nº,
fone 41-432-4134. Das 985 vagas para adultos,
190 são isentas de taxa para professores, membros
das APAES, de museus e da Orquestra Filarmônica Antoninense.
clique aqui e faça a sua inscrição
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TOM
ZÉ NA ABERTURA
O cantor e compositor Tom Zé fará o show de abertura, no dia
12, às 22 horas, no palco principal. Mas não fica só nisso:
a abertura terá também outras atrações durante todo o dia,
como circo, a peça infantil Guayrá - Um Grito pela Paz, e
ainda um espetáculo reunindo os grupos artísticos da UFPR
em homenagem aos 90 anos da instituição. Não é à toa que o
Festival de Inverno da UFPR é um dos maiores e mais importantes
projetos de extensão universitária realizados no Brasil. |
OBESIDADE:
PREVENÇÃO É A MELHOR ARMA
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Entre uma atividade e outra do festival, uma boa pedida
é dar uma passada na tenda da saúde, montada pelo pessoal
do curso de Nutrição, e realizar uma avaliação da sua forma
física. Uma equipe de alunos e professores estará orientando
e sensibilizando as pessoas sobre os riscos da obesidade
e como preveni-los. A avaliação levará em conta o peso e
as medidas das pessoas, com o objetivo de apontar os fatores
de risco de cada caso. Serão fornecidos guias alimentares
e orientação sobre mudança de estilo de vida e a importância
das atividades físicas, entre outros fatores. Segundo a
professora Maria Emília Daudd von der Heyde, existe grande
preocupação por parte dos nutricionistas com o problema
da obesidade. "A obesidade é uma porta de entrada para uma
série de doenças graves, e sua incidência cresce em ritmo
acelerado no país, atingindo todas as faixas etárias e econômicas
da população", explica. Ela comenta que o acesso a alimentos
gordurosos e com grande quantidade de açúcar é cada vez
mais fácil e barato. "Ao mesmo tempo, o ritmo de vida das
pessoas suprime a atividade física da rotina - com as facilidades
proporcionadas pelo avanço da tecnologia, executa-se qualquer
tarefa, tanto profissional quanto doméstica, com um gasto
mínimo de energia física", conclui Maria Emília.
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EM
ALTO E BOM SOM
A
oficina de Áudio Básico traz para o Festival de Inverno
o universo do som. O músico e produtor Ulisses Galetto se
propõe a iniciar e ampliar os conhecimentos dos participantes
sobre equipamentos e procedimentos criativos relacionados
ao mundo do áudio e da produção sonora. Segundo Ulisses,
para participar, só é preciso ter gosto pela parte técnica
que envolve a música, mas o ideal é que os alunos sejam
músicos ou profissionais de áudio em busca de mais conhecimento
técnico a respeito de seus equipamentos ou de estúdios.
"Já tive alunos que não sabiam nada de equipamentos, mas
eram músicos e não conseguiam se comunicar com fluência
com os técnicos. Para essas pessoas, o curso vai como uma
luva", diz ele. Serão abordados operação de som ao vivo
e gravações de estúdio, noções de acústica, freqüências,
microfones, periféricos, atributos do som, consoles, cabos,
sistema digital e analógico, entre outros assuntos. O produtor
acredita que os temas tratados na oficina serão úteis para
o profissional de áudio ou música no sentido de ampliar
os conhecimentos necessários para seu aperfeiçoamento, que
deve ser constante. "Por exemplo, para um guitarrista que
cansa de pedir para um técnico de som dar aquele timbre
à sua guitarra e não sabe como falar em freqüências ou regiões
de atuação de seu instrumento, o curso poderá ser muito
útil", explica Ulisses. São ofertadas 30 vagas para a oficina
e o horário das aulas será das 14 às 18 horas, na Escola
Brasílio Machado.
MINISTRANTE
Ulisses Galetto (PR) é músico, produtor, compositor,
arranjador, historiador e integrante do grupo Fato deste
1994. Produziu quatro CDs, seis shows e um videoclipe. Desde
1997, produz em parceria com Grace Torres o programa "Fora
do Eixo: A música sem contrato", veiculado pela Rádio Educativa
FM. Ministrou o curso de Noções Básicas de Áudio no Conservatório
de MPB de Curitiba de 1999 a 2001. Foi um dos curadores
do Projeto Rumos Musicais, do Instituto Itaú/2000-2001.
Tem ainda no currículo várias composições para trilhas sonoras
de espetáculos teatrais. Contatos: ulissesgaletto@fato.org.
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cantor e compositor Tom Zé, que fará o show de abertura
do 13º Festival de Inverno da UFPR, concede entrevista exclusiva
ao ÚLTIMAS e mostra que é um artista múltiplo e único ao
mesmo tempo. É um veterano da criação com espírito adolescente,
que busca aprender algo novo por onde passa. Tom Zé nasceu
em 1936 em Irará, no interior da Bahia. Nos anos 60, estudou
na avançada Escola de Música da Universidade Federal da
Bahia, em Salvador, onde teve como professores Hans Joachin
Koellreutter e Ernst Widmer. Em São Paulo, concorreu em
festivais de música e integrou o grupo baiano tropicalista.
Em 1968, venceu o Festival de Música Brasileira da TV Record,
com a canção "São São Paulo". No mesmo ano, gravou com Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão e os Mutantes
o disco coletivo do movimento tropicalista, "Tropicália
ou Panis et Circensis", e lançou seu primeiro álbum, "Tom
Zé". Nos anos 70, gravou cinco novos discos - "Tom Zé" (70);
"Tom Zé (72); "Todos os Olhos" (73); "Estudando o Samba"
(76) e "Correio da Estação do Brás" (78). O show deste último
ficou marcado pela apresentação dos instrumentos experimentais
que o artista passou a construir. A esta altura Tom Zé já
vivia numa fase de ostracismo, que duraria cerca de quinze
anos. Sua música, elaborada e invulgar, não encontrava lugar
no mercado. Na década de 80, ele lançou apenas um álbum:
"Nave Maria" (86). Descoberto pelo cantor e compositor de
vanguarda norte-americano David Byrne, Tom Zé viu sua carreira
tomar outro rumo a partir de 1990. No mesmo ano, Byrne lançou
uma compilação de músicas do baiano ("The Best of Tom Zé")
nos Estados Unidos. O disco foi muito bem recebido pela
imprensa americana, a começar pelo "The New York Times".
Nos anos 90, Tom Zé fez uma série de turnês nos Estados
Unidos e na Europa. Essa época foi marcada pela retomada
de carreira no contexto brasileiro, onde passou a ser consumido
pelas novas gerações. Gravou "The Hips of Tradition" (91),
e "Defeito de Fabricação" (98). No ano passado, a revista
norte-americana "Rolling Stone" classificou o CD "The Best
of Tom Zé" um dos dez discos da década.
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Últimas - Qual o seu último trabalho?
Tom Zé - Meu trabalho mais recente é "Santagustin",
trilha sonora que compus com Gilberto Assis para o Grupo Corpo.
O ponto de partida, o pensamento ou pontapé inicial foi uma
forma musical brasileira, o chorinho, e o trabalho impressionante
de músicos como Heraldo do Monte, a família Carrasqueira,
Pixinguinha.
Últimas - Você já se apresentou no
Paraná?
TZ - Já, sim. Recentemente cantei com a banda em Curitiba,
para um público numeroso e bem vivo.
Últimas - Você sente alguma diferença quando toca no Sul do
País?
TZ - O público sulista é caloroso, um público de "audição",
audiência. É um público ouvinte. Percebe as letras, e vai
ao encontro de uma preocupação minha, que é entregar os versos
para que as pessoas interajam com a música e o texto.
Últimas - Qual será o repertório
para o show de abertura do 13º Festival de Inverno? Está preparando
algo especial para este evento?
TZ - Sempre é absolutamente
necessário haver alguma coisa especial, porque cada dia é
um dia diferente e se eu não estiver em contato com essa diferença
não é Tom Zé que está indo. É algum clone.
Últimas - O Festival de Inverno da
UFPR é um programa de extensão universitária. Qual a sua expectativa
para este show?
TZ - Aprender. Toda a geração tem uma espécie de combustão
interna que transparece no gesto coletivo, no olhar e na temperatura
emocional que se estabelece na casa ou na universidade onde
ela está. Essa riqueza se desvela em todos os terminais, contamina
com seu vírus o ambiente, o aperto de mão, e a coisa que é
selecionada para manifestar reação. Minha prática, meu treinamento,
e as ferramentas que eu desenvolvi através da vida atuam como
antenas captadoras dessas energias. Por isso até hoje eu canto
todos os anos para os calouros e por isso cada ano, na pesquisa
da gravadora, abaixa a idade dos que procuram de meus discos.
Últimas - Depois de Antonina, onde
você irá se apresentar?
TZ - Depois de Antonina, eu e a banda vamos para Minas
Gerais, e a seguir para o interior de São Paulo. O circo não
pode criar limo.
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MATÉRIAS
ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 02 - 13/06/2003
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O
FESTIVAL DE INVERNO E A LEI ROUANET
Como todo evento de grande porte, o Festival de Inverno da
UFPR acarreta considerável demanda de recursos - na ordem
de R$ 400.000,00 - para poder se realizar. "Como se trata
de um acontecimento de grande visibilidade, não é raro que
apareçam questionamentos sobre a priorização de aplicação
de recursos captados para o Festival, frente às dificuldades
vivenciadas pela universidade em várias áreas, como laboratórios,
bibliotecas, equipamentos para diversos cursos, etc.", observa
a pró-reitora de Extensão e Cultura, Prof.ª Dra.ª Sandra Regina Kirchner Guimarães.
Na verdade, o Festival de Inverno não utiliza recursos da
universidade, mas capta-os através da Lei Rouanet, que isenta
os patrocinadores de cultura de uma parte do imposto de renda.
"A questão mais importante a esclarecer é que o patrocínio
através da Lei Rouanet só acontece para projetos de natureza
cultural, que é atualmente a principal característica do festival",
ressalta a pró-reitora. Dessa forma, áreas da UFPR que não
se encaixam no perfil exigido para a aprovação segundo a lei
de incentivo fiscal não poderiam receber recursos captados
dessa forma. "O dinheiro investido no Festival vem de fontes
externas à universidade, e só pode ser utilizado no próprio
Festival por força da Lei", enfatiza. Por outro lado, a pró-reitora
esclarece que com a realização do Festival se criam oportunidades
de desenvolvimento de ações de extensão para outras áreas
do conhecimento. COMO FUNCIONA - A Lei Rouanet (nº 8313/91)
institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC,
com a finalidade de captar e canalizar recursos para área
cultural. De acordo com ela, uma empresa pode abater 4% do
seu Imposto de Renda e destiná-lo a projetos de cultura. Esse
projetos são previamente aprovados pelo MinC (Ministério da
Cultura), caso se encaixem nas exigências da lei, e a partir
da aprovação o proponente do projeto pode captar os recursos
junto a potenciais patrocinadores.
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EXTENSÃO
JÁ!
Um dos principais objetivos da Pró-Reitoria de Extensão
e Cultura é retomar o processo de ações permanentes ligadas
ao Festival de Inverno da UFPR. Em outras palavras, recuperar
o caráter contínuo de atuação junto ao município de Antonina.
"O Festival é um programa de extensão que tem sua maior
visibilidade no próprio evento, mas que objetiva o desenvolvimento
de ações permanentes. Tais ações, ao longo desses doze anos,
sofreram um encurtamento em razão da carência de recursos
disponíveis", constata Prof.ª Dra.ª Sandra Regina Kirchner Guimarães. Para o 13o
Festival, a meta inicial é realizar 70% de ações de arte/cultura
e 30% de atividades permanentes junto à comunidade de Antonina.
A manutenção das atividades permanentes depende do esforço
conjunto entre a Universidade e o Município, numa efetiva
parceria. Segundo a pró-reitora, tendo as condições necessárias
ao desenvolvimento dos projetos de extensão em Antonina,
cabe à Coordenadoria de Extensão mobilizar os departamentos
que tenham interesse em desenvolver projetos de extensão
multidisciplinares voltados à comunidade. Dessa forma, pode-se
efetivamente contribuir para o desenvolvimento da região.
REUNIÃO
DO COMITÊ ASSESSOR DE EXTENSÃO (CAEX) DA UFPR E FÓRUM DE
COORDENADORES DE GRADUAÇÃO DA UFPR
Uma importante iniciativa direcionada a sensibilizar os
departamentos em relação ao desenvolvimento de atividades
de pesquisa e extensão ligadas ao Festival é a realização
da reunião do Comitê Assessor de Extensão e do Fórum de
Coordenadores de Graduação da UFPR durante o evento, no
dia 18 de julho. Tais reuniões tem o objetivo de possibilitar
aos coordenadores de cursos e aos representantes dos Comitês
Setoriais de Extensão, que integram o CAEX, presenciar as
ações do Festival e incentivá-los a divulgar essas ações
nos seus setores e departamentos.
"Pretendemos provocar a interação entre os diversos projetos
de extensão e, na medida do possível, focar suas ações para
Antonina", explica a coordenadora de oficinas do 13º Festival
de Inverno e coordenadora do curso de Educação Artística,
Tânia Bloomfield. Ela constata que muitos coordenadores,
apesar de já terem ouvido falar do festival, nunca o freqüentaram.
A cidade de Antonina demanda projetos de todas as áreas
do conhecimento. Por outro lado, sua riqueza cultural e
humana deverá motivar professores e alunos no engajamento
em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, do
desenvolvimento sustentável, da otimização do potencial
turístico, da recuperação e manutenção do patrimônio cultural.
"Quem já participou do festival, não o esquece", comenta
Tânia Bloomfield. Há tempos, a Universidade se movimenta
no sentido de concentrar suas ações de extensão no litoral
do Estado. Antonina recebe atenção especial há pelo menos
13 anos, com a realização do Festival, que se configura
como um dos maiores, senão o maior, programa de extensão
da UFPR.
Assim, uma das metas da PROEC, por meio de suas coordenadorias
de cultura e extensão, é utilizar o evento como uma vitrine
do que é potencialmente possível fazer a partir da parceria
entre universidade e prefeitura. "Dessa forma, quanto mais
professores e alunos forem envolvidos, maior será o campo
de ação da UFPR e a sua possibilidade de promover mudanças
sociais e estruturais naquela região, de acordo com as demandas
da população local", analisa Tânia.
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NOTÍCIAS
SOBRE O 13º FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR
O
13º Festival de Inverno da UFPR ocorrerá entre
12 e 19 de Julho de 2003 na cidade litorânea de
Antonina. Este Festival, cuja temática é 'Cultura
e a Paz', ocorre num momento delicado de nossas vidas.
Quando milhares de artefatos mortíferos são ativados e
lançados sobre seres humanos, seu ambiente e culturas.
Nada justifica essa perspectiva, senão a intolerância
e a soberba, daqueles que se julgam donos da verdade e
do mundo. Mais do que nunca, é preciso reafirmar e disseminar
nosso repúdio à violência, principalmente à guerra. O
próximo Festival de Inverno se realizará nesse clima de
apreensão e incerteza quanto ao futuro.
A
Coordenadoria de Cultura, órgão ligado à Pró-Reitoria
de Extensão e Cultura da UFPR, convida a todos para efetivamente
participar do 13º Festival de Inverno da UFPR, transformando-o
num fórum de debates e atividades que reflitam sobre o
papel da arte e da cultura, na construção de um mundo
mais justo e fraterno. A própria imagem institucional
escolhida para o Cartaz Oficial do evento, reflete esse
interesse. Ela foi desenhada sobre a obra 'GUERNICA' de
Pablo Picasso pela equipe da UNIGRAF/PROEC.
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Cartaz
do 13º Festival de Inverno
E, ao divulgar a imagem do próximo Festival, cabe informar
que, uma vez analisados os 76 trabalhos inscritos no
Concurso para a Marca Institucional do Cartaz do 13º
Festival de Inverno da UFPR a Comissão Julgadora decidiu
não escolher nenhuma das propostas apresentadas.
No seu parecer final a Comissão Julgadora entendeu que
os trabalhos inscritos no concurso não se referiram
de modo simples, direto e compreensível à temática do
13º Festival de Inverno - Cultura e Paz.
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O
13º Festival de Inverno da UFPR na Internet
Nessa
edição você está conhecendo a nova página da Internet
do 13º Festival, cuja concepção e projeto é do Chefe
da UNIGRAF/PROEC
designer Wilson M. Voitena e Anelise Andraus Rodrigues,
estagiária e estudante do Curso de Desing/UFPR.
Participe e divulgue as informações veiculadas através
dela; mantenha-se informado e faça suas sugestões. Principalmente,
contribua para tornar o site um canal de comunicação entre
a comunidade e o próprio Festival.
Conforme
avance o trabalho de organização das atividades do 13º
Festival de Inverno da UFPR, divulgaremos a programação
de oficinas, cursos e espetáculos. No site também serão
veiculadas entrevistas e reportagens com os ministrantes,
artistas e autoridades envolvidos no evento. Ele também
incluirá informações úteis relativas à cidade, a sua infra-estrutura
de turismo e a questões operacionais de interesse dos
participantes, tais como: datas e prazos de inscrição;
transporte; hospedagem; alimentação; serviços; etc. A
Coordenação do Festival agradece qualquer opinião ou sugestão
que contribua à organização desse Festival. Boa viagem!
Paulo
Chiesa xxg
Coordenador de Cultura PROEC/UFPR
chiesa@ufpr.br
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